Sim, eu sei, o debate é sobretudo filosófico e conceptual, mas será que um vinho sem álcool continua realmente a ser vinho? Não será a fermentação, e o álcool como produto natural e inevitável da fermentação, um dos principais sustentos daquilo a que chamamos vinho? Fará sentido o vinho sem álcool, elemento decisivo na estrutura, corpo, suavidade e identidade do vinho?
Bom, comercialmente, talvez seja uma vantagem decisiva, sobretudo nos mercados de monopólio estatal, nos mercados do Canadá e países nórdicos, onde o álcool sofre juízos morais que dificultam a entrada no mercado, taxas rijas, e onde os vinhos estão dependentes de concursos internacionais para poder entrar no mercado. Apresentar uma bebida sem álcool, com aspecto e paladar semelhante ao vinho, isenta de concursos estatais para entrar em garrafeiras, é uma vantagem competitiva evidente. Poder vender esta bebida a jovens de todas as idades, poderá ser outra vantagem comercial pelo alargar de mercados.
Mas, se nos apartarmos das vantagens financeiras para os produtores, será que o modelo de vinho sem álcool faz sentido?
terça-feira, 9 de junho de 2009
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1 comentário:
Mas, se nos apartarmos das vantagens financeiras para os produtores, será que o modelo de vinho sem álcool faz sentido?
Não é o vinho uma história de sucesso com 8000 anos de existência?
A que cultura é ele estranho? Quem não sabe o que é vinho? Quem não tem, sequer, uma ideia formada sobre aqueles de que gosta ou não?
Confundir popularização com desvirtuação -- ou dois possíveis sentidos de vulgarização -- soa-me a falácia propositada, que suspeito apenas alimentada pela ganância de alguns.
Mas, como cada vez mais, nada é verdadeiro, tudo é permitido...
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