Jantei ontem na Tasca da Esquina, o espaço que Vítor Sobral abriu na terça-feira em Campo de Ourique (Rua Domingos Sequeira, 41 C, na esquina com a Rua do Patrocínio, onde antes funcionava O Correio, tel. 210 993 939). Gostei bastante do restaurante, excelentemente localizado, bem decorado, alegre, acolhedor, com um balcão à entrada e umas mesas altas, com outros 26 lugares sentados numa varanda coberta "ligada" à movimentada rua através de paredes de vidro.
Lá estão alguns dos nomes que têm acompanhado Sobral há alguns anos, como Hugo Nascimento e Luís Espadana na cozinha, ou o Sérgio, na sala, entre outros. Na lista, uma atractiva quantidade de petiscos a preços que variam entre os 3,5 euros e os 9,5 euros: codornizes com cerejas, passarinhos (também codornizes, diz-me o chefe, porque os "originais" estão protegidos por lei), línguas de bacalhau ao alho, berbigão no tacho, moelas fritas ou de tomatada, farinheira com favas, rabinhos de porco de coentrada, túbaros com pimentão, atum de conserva caseira, fígados de ave de escabeche, alhada de camarão, lingueirão. amêijoas, ostras, entre muitos outros, que vão variar conforme o mercado.
Nos pratos principais, entre 9.50 e 19.50 euros, bacalhau à Gomes de Sá, raia cozida em azeite, atum com batata doce, queixada no forno com pimentão da horta, bifes, bitoques e pregos. Nas sobremesas, farófias, creme queimado, pudim Abade de Priscos, bolo de chocolate.
Interessante também a carta de vinhos, não muito extensa mas sempre com opção a copo. Está dividida por preços: de 8, 50 a 28,50 euros.
Há também degustações ("fique nas mãos do chefe!," propõem) que vão dos 14,50 (sopa e três porções) a 32,50 euros (sete porções, mais queijo e sobremesa).
Ou seja, tudo muito simples e fácil de perceber. Fico com uma ponta de vaidade quando Vítor Sobral me diz que a ideia de fazer este espaço lhe surgiu há dois anos, durante a primeira edição do Peixe em Lisboa, quando percebeu a apetência das pessoas por este tipo de cozinha, apreciada em ambiente descontraído, a preços acessíveis, em que os clientes contactam com os cozinheiros. Ele garante-me que mesmo que o seu anterior restaurante Terreiro do Paço, fechado para obras, estivesse a funcionar, abriria esta Tasca da Esquina, que se sente realizado profissional e pessoalmente por fazer esta cozinha, por ter, até agora, a casa sempre cheia, pela facilidade em contactar com as pessoas, pelo bem que lhe faz já conhecer as pessoas do bairro, a mulher da papelaria ou da pastelaria em frente. Não quer nem ouvir falar em low cost. porque diz que é um projecto que já nasceu muito antes da moda começar.
Não vou fazer "crítica" daquilo que comi, porque não estava lá para isso. Digo só que eu e os cinco amigos que me acompanhavam jantámos lindamente, que a sala estava cheia e alegre, que Sobral serviu aquilo que quis, que pagámos quase 50 euros por cabeça, o que achei um pouco exagerado. Mas como bebemos duas garrafas do óptimo branco Vinhas Velhas 2007 de Luís Pato (a 12,50 euros cada, uma excelente relação qualidade/preço) e mais uma do tinto alentejano que Sobral fez com Paulo Laureano (outros 12,5 euros) e comemos bastante, talvez não seja assim.
Por enquanto, o restaurante está a fechar entre as 16.30 h e as 18.30 h, mas a ideia é ter sempre cozinha aberta das 12.30 h até à meia-noite. Fecha domingo ao jantar e segunda-feira todo o dia. Vou voltar certamente, muitas vezes.
1 comentário:
Duarte,
Aproveito para informar que a "Tasca da Esquina" passa a encerrar aos domingos todo o dia e ao almoço de segunda, reabrindo às segundas para os jantares.
A "Tasca da Esquina" aceita reservas ao almoço para as 12.30h e ao jantar para as 20.00h. Tel 210993939.
Saudações gastronómicas,
Bruno Silva
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