domingo, 27 de setembro de 2009
Embirrações XX
sexta-feira, 25 de setembro de 2009
Um Outlook na Feitoria de Belém
O relato dessa experiência pode ser lido amanhã, Sábado, no Suplemento Outlook do Diário Económico.
P.S1. deixo um “chips” de entrada para abrir o apetite. São especialmente para o Duarte Calvão que tem a mania que conhece as melhores batatas fritas de Lisboa. Ok que estes “chips” não são só de batata, mas mesmo assim são dignos de fazer inveja aos verdadeiros apreciadores).
P.S2 porque é que se tem ouvido falar tão pouco deste restaurante e deste Chefe?
USB (Port)

É, seguramente, uma das formas mais inteligentes de contornar a proibição legal de usar o nome “Port”, denominação de origem protegida, nos vinhos licorosos californianos… basta rabiscar o símbolo universal de um USB port e omitir a palavra! Já agora, para os perfeccionistas, o código em binário da videira significa “Peliter Station”, o nome do produtor desta imitação de Vinho do Porto.
quinta-feira, 24 de setembro de 2009
quarta-feira, 23 de setembro de 2009
terça-feira, 22 de setembro de 2009
Belém Top 50
segunda-feira, 21 de setembro de 2009
domingo, 20 de setembro de 2009
Finalmente, um rosado recomendável!

Não foi nada fácil, mas encontrei finalmente um vinho rosado que me satisfez realmente, o Quinta da Giesta rosé 2008, do Dão. Não tenho qualquer pejo em afirmar que é um dos melhores vinhos rosados de Portugal, e é bom poder comprovar que os rosés não têm de ser doces ou enjoativamente frutados para serem interessantes. De cor rosada viva e brilhante, é um rosé seco e vivo, frutado mas sem exageros, incrivelmente fresco e revigorante, complexo qb, alegre, seco, versátil… como todos os vinhos rosés deveriam ser. Perfeito para a mesa, perfeito para a esplanada, com ou sem companhia.
sexta-feira, 18 de setembro de 2009
Orçamentos
Porém, é verdade que o mercado inglês, apesar de extremamente difícil, é a placa giratória do vinho, o centro de todas as decisões e tendências, capaz de afirmar ou destruir marcas de forma global. Manter uma presença forte em Londres é imperativo para qualquer país produtor, como quase todos os restantes países produtores o descobriram há muito tempo. Claro, essa presença só fará sentido se o orçamento dedicado à promoção for consentâneo com o objectivo e consistente no tempo, mantendo a visibilidade e promoção durante muitos anos. Os números podem ser assustadores. Soube-se agora, por exemplo, que o Chile conta com um orçamento de 450.000 libras só para a promoção dos vinhos chilenos em Inglaterra, com fundos garantidos pela associação de produtores chilenos (divididos de acordo com o volume de vendas), com uma pequena ajuda do governo central. A Nova Zelândia dispõe de um orçamento semelhante, financiado apenas pelos produtores., tal como a África do Sul com um orçamento de £300.000. Depois chegam os pesos pesados Califórnia com um orçamento de £615.000… e Espanha com £1.000.000 para gastar em promoção!
Felizmente existe a Itália, país que, tal como Portugal, vive de eventos casuísticos e da carolice e empenho pessoal de alguns funcionários. País que tem também a tradição anual de oferecer jantares opíparos para a imprensa… na última semana fiscal, como forma de justificar os fundos que sobraram do orçamento…
quinta-feira, 17 de setembro de 2009
Miss carta Outono/Inverno
Embirrações XIX
terça-feira, 15 de setembro de 2009
Castro Elias abre ao jantar
Vinho estranho?

Pois é, isto das traduções nem sempre funciona bem. Quando o proprietário desta loja parisiense decidiu passar a vender vinho estrangeiro para satisfazer o grande número de clientes que passavam no bairro não sabia onde se ia meter. Para anunciar tal decisão no novo toldo resolveu redigir o facto em inglês, socorrendo-se do dicionário de bolso para a tradução. Desconhecia é que “étranger”, para além de estrangeiro, também significa estranho. Imaginem qual foi a versão que escolheu…
domingo, 13 de setembro de 2009
Embirrações XVIII
sexta-feira, 11 de setembro de 2009
Uma mineira na Tasca

quinta-feira, 10 de setembro de 2009
I Confess...

Tudo isto surgiu hoje ao encontrar, por acaso, esta excelente recolha de Fabrico Próprio. Precisamente no dia em que a melhor cozinheira de doces (e não só) do mundo completou 70 anos. Parabéns, mãe Luz.
Este post meio lamechas teve o patrocínio de meia garrafa (para ¾) de Porto Vintage Fonseca, 2007
P.S. e sim mãe, também confesso: era eu quem roubava os garrafões de Água do Luso lá de casa - e uma vez ou outra, também os dos vizinhos - para ficar com o dinheiro do depósito e assim alimentar o vicio.
Riesling Renaissance

O livro até já tem uns anitos, a minha cópia é de 2004, mas continua a valer a pena para quem se interessar por esta casta extraordinária. Dei por ele quando andava aqui pelo escritório a tentar dar algum sentido à desarrumação quase permanente. Apesar dos cinco anos de edição mantém-se actual e interessante, uma espécie de pequena bíblia sobre quem é quem nos principais locais de eleição da casta Riesling. Dividindo-se sobretudo por Alemanha, França, Áustria e Austrália, dá ainda uma pequena volta sobre a Nova Zelândia, América, Canadá, África do Sul, América do Sul e Europa, embora estes últimos de forma muito superficial.
Escrita por Freddy Price, é um título a não perder para os apaixonados por esta casta maravilhosa (ISBN 1-84000-777-X).
quarta-feira, 9 de setembro de 2009
Vinha fazer um depósito, sff
Olhe, faz favor, queria depositar duas garrafas de branco e uma de tinto…
domingo, 6 de setembro de 2009
Embirrações XVII
quinta-feira, 3 de setembro de 2009
Não é defeito, é feitio
Se fores a Vila do Bispo tens que ir ao Café Correia, ouvi várias vezes ao longo destes anos. Quase sempre seguido por um aviso: “ a D. Lilita tem um estilo muito particular de receber. É pá mas vale a pena”. Quis o destino que neste Verão, ao passar pela vila algarvia desse de caras com uma das muitas placas de “há percêves” que pululam por ali. E onde estava esta? Precisamente na montra do Café Correia.
Uma olhada pela ementa fixada à entrada e percebe-se logo (passe o trocadilho) que aqui não há lugar para grandes complicações, nem grandes descrições. Temos Lulas à Correia, Polvo em Tomate, Camarão Guisado, Massa de peixe, Frango em tomate, Coelho e Borrego, ambos também à Correia. Duas refeições depois entendemos a justiça do sufixo, “à Correia”, em vários pratos. É a mão sábia do proprietário da casa que torna especial aquilo que noutro lado poderia ser apenas banal. Mas não nos antecipemos a concluir porque este não é um local para pressas. Nem para indecisões, ou pedidos de poucas gramas. É que a experiência podia ter dado para o torto logo no inicio. Queríamos perceves mas não tínhamos muita noção do peso. Arriscámos 150gramas... o que fomos fazer! A resposta veio de pronto: “Oh! 150 gramas, nem pensar. Tenho que ir cozê-los e menos do que 250 não faço”. “Que não seja por isso” - se rápido pensei, mais rápido disse, recordando-me do aviso do meu amigo. Mas não aprendi…”e como são as Lulas à Correia?”, perguntei (estupidamente, claro). “Então é lulas com batata e arroz”. Pois claro, o que mais poderia ser?

Este episódio tem a sua graça porque no seu todo as coisas resultam bem. É como se tivéssemos sido transportados para um almoço de domingo em casa daqueles avós rezingas com talento especial para a cozinha mas já sem muita paciência para receber. Encerrado o capítulo das perguntas, após uns breves instantes, começaram a chegar à mesa os pedidos: uns percebes da melhor qualidade (carnudos, com aquele característico aroma a maresia, como se tivessem sido acabados de apanhar) e umas lulas grandes, tenras, recheadas com arroz e com os próprios “cornichos”, tudo num conjunto de apuro perfeito. Como gostámos resolvemos voltar para jantar (“pelos vistos não vos devo ter tratado muito mal” diz-nos a D. Lilita em jeito de troça como quem diz: “passaram no teste”). Pena que uma indisposição do Sr. Correia nessa tarde o tenha afastado da cozinha, deixando a tarefa para a anfitriã. Não que esta não tenha dado conta do recado mas notou-se, no apuro, que a mão não era a mesma. E assim nem o Frango com Tomate, nem o Coelho (guisado) à Correia brilharam como as lulas do almoço. Nas sobremesas não havia muito por onde escolher. Ficámo-nos por uma boa tarte de alfarroba, presença corrente nesta zona e por uma honesta torta de amêndoa. No que diz respeito a vinhos, não se deixe enganar pela simplicidade do local, uma vez que este Café Correia tem fama de possuir uma boa garrafeira. Pena que a carta seja tão caótica e rasurada. Valha-nos a existência de algumas boas espécies mais antigas e a preços bastante aceitáveis (bebemos ao jantar, o tinto Vinha da Nora 2001). Para quem acha que exagerei acima num ou outro pormenor, deixo o “retrato à la minute” exposto na parede: “ Ao visitante (…) recomenda-se alguma habilidade no relacionamento com a anfitriã e dona do estabelecimento. Missão absolutamente imprescindível para ter acesso a um dos locais onde melhor se come em Portugal”. Passe o exagero, a prosa continua, deixando algumas regras para ser-se bem recebido: “1º a porta para o almoço abre exactamente às 13.00h; 2º espere junto ao bar até que lhe seja indicada mesa; 3º nada de pressas; 4º não traga guias turísticos à vista; 5º não pergunte se há isto ou aquilo” e, por último, “Agosto não é a melhor altura” (Ass: Tó M. – capitão da areia). Felizmente Setembro está à porta e desejo lá voltar. (preço médio por refeição completa, 20€/25€, com vinho)
Contacto: Rua Primeiro de Maio 4 - Vila do Bispo ; telef: 282 639127
Texto publicado originalmente no suplemento Outlook (Diário Económico) em 29 Agosto 2009
quarta-feira, 2 de setembro de 2009
Ainda custa a digerir
terça-feira, 1 de setembro de 2009
Bertílio na Casa da Comida

Ele não quer que pessoas como eu fiquem com excesso de expectativas, nesta fase, porque, embora já haja novidades da sua autoria na lista de pratos do restaurante e estejam lá membros da antiga equipa do Vírgula, inclusive o sub-chefe, a sua consultoria está ainda numa fase inicial e ele tem que dedicar-se também à gelataria que vai abrir em Tróia, junto com a sua mulher, a exemplo da que já têm em Alhandra.
Vamos ver quando conseguirei ir lá experimentar, mas a Casa da Comida passou para o topo das prioridades, porque Bertílio Gomes é sem dúvida um dos chefes mais bem preparados da nova geração e tenho a certeza que se encontrar um local adequado para mostrar o que vale irá muito longe.
Falemos de gastronomia, para variar
domingo, 30 de agosto de 2009
Sem caramelo royal, sff.

É uma trapista. Existem sete no mundo, uma delas é holandesa e as outras seis são belgas: para se ver como o mundo é pequeno. Todas elas têm a particularidade de ser produzidas ou supervisionadas por monges trapistas.A garrafa da Orval é incomum e o rótulo, antes de se consumir três destas cervejas, é horrível. Depois da terceira, pode parecer pior. É do álcool. Para ser franco, acho aquele rótulo uma ressaca.
A cerveja é complexa – como dizem os especialistas – e, consta, pode envelhecer até aos cinco anos, ficando com inúmeras rugas na garrafa. Gostaria de conhecer a pessoa que, tendo cervejas destas em casa, fica cinco anos à espera. Ainda se dizem especialistas. Digo isto, mas eu, um dia, ainda hei-de cometer a ousadia de fazer uma Orval esperar cinco anos. Aproveito e vou à Loja do Cidadão pagar umas prestações à Segurança Social que tenho em atraso. (mais aqui)
sábado, 29 de agosto de 2009
Café e mignardises
Gostamos de ser recomendados, ainda mais por um dos mais interessantes bloggers nacionais. Também gostamos de saber que não somos os únicos com falta de tempo (só não prometemos que na próxima semana iremos falar de pastéis de nata de bacalhau(!!!), kebabs de carne picada, beringela com feta e o que mais se comer. Já agora aguardamos também os scones com matcha mas de cor verde bonita.
Nesta semana em que fomos acusados de andar levar Chefes ao colo descobrimos que o Luís Antunes está quase a ser preso pelo mesmo crime.
Por ultimo, dêem-lhe o nome que quiserem mas alheiras de bacalhau, jamais!
sexta-feira, 28 de agosto de 2009
Crónica de um lisboeta agradecido
Parece que Miguel Castro e Silva andava um bocado ranzinza nos últimos tempos, contrariado porque o restaurante nunca mais abria e ele estava com saudades de cozinhar desde que se desligou do Bull & Bear e do BB Gourmet. Pois bem, esta semana fui almoçar duas vezes ao De Castro Elias (na foto), nas Avenidas Novas lisboetas, e só posso dizer que a cidade ganhou mais um óptimo restaurante. Os admiradores alfacinhas, como eu, deste tripeiro de gema acabaram por ficar a ganhar com os infelizes percalços que atingiram um dos melhores e mais influentes cozinheiros portugueses dos últimos anos, trazendo a sua excelente cozinha mais para perto.
Fui convidado para o primeiro almoço por um dos sócios da casa (que é meu amigo e a quem liguei uma hora antes para ir almoçar a qualquer sítio...) e por isso não só não paguei como deixei nas mãos do chefe o que íamos comer. Codornizes com um escabeche muito equilibrado, com a carne no ponto certo, fáceis de comer, umas originais "iscas" de bacalhau soberbamente fritas, moelas em molho picante (não muito) também com um ponto de cozedura perfeito e a célebre morcela da Beira Alta, de um fornecedor que há muito abastece a cozinha de Miguel Castro e Silva foram momentos altíssimos. Toda esta petiscaria é servida a preços que vão dos 2,70 aos 4,90 euros.
É sabido que os cozinheiros são uns chatos e basta dizermos não gostamos de uma certa coisa para eles dizerem logo "tens que provar os que eu faço". Foi isso que fez Miguel Castro e Silva quando lhe disse que podia servir o que quisesse menos pezinhos de coentrada....Mas realmente estes vêm desossados e sem cartilagens, muito saborosos. Não pediria de novo, mas realmente achei muito aceitáveis. Custam 6.80 euros e estão na parte dos "quentes" da casa, a preços que rondam os 10 euros. Ainda comi à sobremesa arroz doce, outro prato que não é da minha predilecção, mas aqui rendo-me: estava perfeito.
O chefe mostrou-me a cozinha que é pequena mas tem alguns bons equipamentos, permitindo-lhe cozinhar a baixas temperaturas, um dos pontos fortes da sua cozinha. No dia seguinte, apareci lá sem aviso, acompanhado por uma amiga jornalista, e Miguel Castro e Silva, que, naturalmente, está um pouco tenso e acha que o restaurante não está ainda "preparado", maldizeu-me e por sua vontade acho que me teria até expulsado...É claro que não lhe liguei nenhuma e pedi uma refeição mais canónica, deixando que o couvert (queijo fresco em cubinhos com azeitonas descaroçadas, muito bem temperado) servisse de entrada e dividindo um bife à café e um arroz de vitela com cogumelos, que apesar de caldoso, tinha os bagos num ponto perfeito. Tudo excelente e a repetir. Bebendo dois copos de vinho, uma garrafa de água e dois cafés, dividindo uma sobremesa, a conta ficou em 35,5 euros.
Por enquanto, o De Castro Elias fica aberto só entre as 12 h e as 19 h, com cozinha sempre aberta, fechando ao domingo. Fica no final da Av. Elias Garcia, no 180 B (tel. 21 7979214), já junto à Gulbenkian. Será sem dúvida um restaurante obrigatório com uma qualidade absoluta que o coloca entre os melhores da cidade e uma relação qualidade/preço quase imbatível. Das duas vezes a casa estava cheia e acredito que esta cozinha cheia de sabor e de saber vai ter muito êxito. Lisboa só pode agradecer que Miguel Castro e Silva esteja a cozinhar entre nós.
quinta-feira, 27 de agosto de 2009
Os sete pecados mortais em copo
quarta-feira, 26 de agosto de 2009
Pub Grátis (Go Veggie)


domingo, 23 de agosto de 2009
Unidose
sexta-feira, 21 de agosto de 2009
Mistério e Subtileza
Em resumo excelente, mas não é a cozinha que me emociona."
quinta-feira, 20 de agosto de 2009
Berlindes

A principal causa para o declínio dos vinhos é o oxigénio, a oxidação que o vinho sofre quando em contacto com o ar. Como todos sabemos, uma garrafa, depois de aberta, tem de ser consumida num espaço de tempo relativamente curto, sob pena de perder por completo propriedades e atributos. É irritante, mas é assim! Existem, no entanto, pequenos truques que podem ajudar a preservar o vinho depois da garrafa aberta. Sabemos, por exemplo, que o frio retarda o envelhecimento, o que impõe que as garrafas, depois de abertas, deverão ser guardadas no frigorífico. Sabemos também que quanto menor for o volume de oxigénio, menor o ritmo de evolução. Por isso, um outro truque célebre consiste em verter o conteúdo excedente para uma garrafa mais pequena, de 500ml ou 375ml, de modo a diminuir o volume de ar.
Esta semana um amigo revelou-me uma nova proposta, simples e alternativa, a sua solução pessoal para reduzir o volume de ar na garrafa. A solução? Usar berlindes, pequenos berlindes de vidro que vai acrescentando até o volume de vinho se acercar do gargalo. Depois, é só meter a garrafa do frigorífico... e voltar a beber no dia seguinte. Não sei se será muito prático, mas a indústria de berlindes certamente agradece!
quarta-feira, 19 de agosto de 2009
Embirrações XVI
segunda-feira, 17 de agosto de 2009
Vini Vidi Vici

Gaspacho de Cozido à Portuguesa e seu Gelado de Carnes ao fumo
De todos os pratos que tivemos oportunidade de degustar este último foi o único que não convenceu. Houve a preocupação em criar um equilíbrio de sabores entre os elementos, mas no teste do palato a aprovação tornou-se difícil. Nada que desarmasse e impedisse de continuar a desafiar algumas convicções como, por exemplo, o facto de não gostar de caracóis. E aqui foi mais por engano do que masoquismo que acabei por ver à minha frente aquilo que na ementa vinha descrito como, “A Vieira, a Caracoleta Moura e seu Caviar” (sim, de caracol!). Na verdade o conjunto resulta numa boa soma das partes graças também ao precioso auxílio de um linguini acídulo (pela integração de limão) como acompanhante.


Xadrez de Sardinha e Espada Preto
Nas sobremesas o cunho internacional é mais vincado mas a influência portuguesa também marca presença. Das quatro provadas destaco o “Chá de vinho do Porto com especiarias, figos roti e gelado de azeite fumado” (ver foto abaixo), uma amostra do portfolio do chefe pasteleiro que se mostrou ao nível do seu par.

Em matérias de vinhos, existem algumas falhas que deveriam ser corrigidas: a carta é relativamente curta, não apresenta datas de colheita e praticamente não inclui vinhos generosos. De resto, copos de qualidade ( Schott Zwiesel de topo de gama) temperaturas de serviço e preços, correctos - bebeu-se um Chablis, La Chablissiene Vielle Vignes.
Tenho noção que não é muito sensato colocar já nos píncaros um restaurante aberto há tão pouco tempo, ainda para mais num país onde a consistência e a consolidação de um espaço num nível elevado, é ténue. Contudo arriscamos o título na esperança que o “Vici” se concretize em pleno e por muito tempo.
(Preço médio para uma refeição completa de entrada, prato e sobremesa: 50/60€, com vinhos)
Contactos: Tivoli Victoria –Vilamoura; Tel: 289 317 000 ; GPS: 37º 06' 15. 66" N, 08º 08' 30. 41" W
Texto publicado originalmente no suplemento Outlook (Diário Económico) em 15 Agosto 2009
domingo, 16 de agosto de 2009
Favoritismo

As vindimas já começaram

Pois é, a época “oficial” de vindima já começou e já há quem tenha estado esta semana a vindimar no Alentejo. Agora, nesta semana que se inicia, poucos serão os que não começarão a colher, sobretudo na Vidigueira, Redondo e Reguengos. Aparentemente, há mesmo quem esteja com muita pressa em ter as uvas na adega, porque as maturações estão a disparar a velocidades vertiginosas. Maturações alcoólicas e fenólicas, com algumas castas tintas a rondarem os 14/14,5º já com a grainha perfeitamente madura, circunstância pouco habitual a meio de Agosto. Vai ser pois uma vindima serôdia que, se o tempo continuar a colaborar, poderá voltar a ser notável na qualidade.
sexta-feira, 14 de agosto de 2009
Bubbles on Ice

p.s. Parece a publicação de um press release mas não é. Eu mesmo escrevi (para o Outlook) após, digamos...10 flutes On Ice (se beberem 15 também não há nenhum problema de maior. A não ser na carteira, se tiverem que os pagar, ou, no dia seguinte, no estômago. Devido à casca de lima, claro).
quinta-feira, 13 de agosto de 2009
Gadgets V
quarta-feira, 12 de agosto de 2009
Pão Policia(do)
Histórias exemplares V

Moral da história: esta história é exemplar a vários títulos. Em primeiro lugar, essa noção, muito presente em lojas e restaurantes portugueses (e que, por exemplo, irrita bastante os anónimos inspectores Michelin), de que para se ser bem servido, temos que ser "amigos" dos responsáveis pelos estabelecimentos. Em segundo lugar, a falta de orgulho profissional de quem serve aos clientes algo que sabe ser de qualidade inferior. Em terceiro, o facto de num país onde há tanto pão bom e barato, as pessoas estarem a habituar-se a pães de aspecto atraente e até artesanal, mas que no fundo são uma porcaria, ocos, que se desfazem em migalhas sem sabor.
terça-feira, 11 de agosto de 2009
O lápis azul

Pois é, as zelosas e puritanas autoridades do estado do Alabama acabaram de proibir, com efeitos imediatos e urgência de reacção, a venda do vinho Cycles Gladiator, por utilização de rótulo indecoroso com atentado à moral e aos bons costumes. O rótulo “escandaloso” reproduz um antigo e histórico cartaz publicitário de bicicletas francesas, omnipresente por toda a França… durante o século XIX. Haverá esperança num futuro radioso para os vinhos da Ramos Pinto no estado do Alabama?
segunda-feira, 10 de agosto de 2009
sábado, 8 de agosto de 2009
Psst...ó menina!
quarta-feira, 5 de agosto de 2009
Aqui Há Peixe em Lisboa

Cantar de Gallo
Um jovem certamente com problemas de memória jantava relaxadamente num restaurante de luxo, no Funchal. Já no final da refeição, e depois de acabar o Madeira que estava a beber, chama a empregada e comenta: "a sua colega foi muito pouco generosa. Pode servir-me um pouco mais?". De pronto a empregada responde-lhe: "olhe, a minha colega era eu e servi-lhe a quantidade correcta".
Não estou certo se a empregada zelava pelo nosso bem estar - achando que poderia ter que conduzir nas sinuosas estradas da ilha -, ou se apenas mostrava rigor e profissionalismo. Pela forma como correu a refeição estou inclinado a aceitar ambas as hipóteses.
Estamos no Funchal, a escassa distância do mítico Hotel Reids, mais precisamente no Il Gallo D’Oro, o restaurante do Hotel Cliff Bay. Não sei se por influência de tão ilustre vizinho ou se apenas por intenção em manter o espírito de outros tempos exige-se, aos homens, o uso de casaco (embora deixem ao nosso critério o nó na garganta). Não é nada de mais, muitos outros lugares do mundo fazem-no, alem de que não existe nenhum polícia de costumes que nos obrigue a mantê-lo vestido durante a refeição. E ainda bem, porque seria um factor de distracção numa noite quente como aquela que tivemos oportunidade de usufruir numa varanda com vista privilegiada para o mar.
O Il Gallo D’Oro é o mais recente restaurante português e o único na Madeira a fazer parte da constelação do Guia Michelin ao ter sido galardoado com 1 estrela, na sua última edição. Por este motivo as expectativas eram elevadas.
Com a carta à frente, constamos que os dois pratos principais do menu de degustação são ambos de propostas do mar (curiosamente o mesmo sucedeu, alguns dias depois, já em Lisboa, na apresentação à imprensa da interessante cozinha do Xôpana, o restaurante do também madeirense, Choupana Hills). Nada a opor, afinal estamos numa ilha e passa-se bem sem carne (para quem fizer questão existe na carta essa possibilidade) pelo que fomos na onda. Antes do primeiro prato tivemos direito a uma ostra como “entretém de boca”. Para quem é adepto da sua forma mais simples, ao natural, a vinagreta que lhe escondia a tipicidade no paladar não terá sido do maior agrado. Felizmente a entrada que se lhe seguiu foi de elevado apreço (na apresentação, na confecção e na conjugação de sabores). Tratava-se de Foie gras em três formas diferentes. A primeira como recheio de uma alcachofra; a segunda com geleia de vinho do Porto; e a terceira em escalopes salteados, entremeados com maçã a dar leveza e contraste ao conjunto.
Um consommé de crustáceos, perfumado com erva caninha e gengibre foi prato que se seguiu. Boa matéria prima -vieiras e camarão jumbo escalfados – trabalhada no ponto certo. Depois, duo de linguado com raviolis de tinta de choco, creme de manjericão e mexilhões. Prato um pouco confuso, com demasiados elementos e sabores algo dissonantes (o recheio dos raviolis, o creme de manjericão...).
Para finalizar, de sobremesa, tivemos um interessante suspiro crocante recheado com mascarpone e morango marinado com lima e hortelã.
No que diz respeito aos vinhos, acompanhámos a refeição com o branco Cova da Ursa 2008 e, com a sobremesa, um Blandy’s Madeira, malmsey 10 anos (o tal da ”amnésia”) - ambos servidos à temperatura correcta, em bons copos e a preços(altos) em linha com o que é normalmente praticado em Portugal, neste tipo de restaurantes.
Temos então no panorama madeirense um restaurante galardoado com uma estrela Michelin. O Chefe Benoit Sinthon revela neste menu dotes à altura do galardão. No entanto, pela amostra, diria que ao mesmo nível desta sua alta cozinha de base francesa e de influência mediterrânica existem, pelo menos, uma meia dúzia de restaurantes no país a quem não lhes calhou a mesma sorte.
Contactos: Hotel Cliff Bay, Estrada Monumental 147, 9004-532 Funchal. Tel: 291707700 (http://www.portobay.com/)
Texto publicado originalmente no suplemento Outlook (Diário Económico) em 1 Agosto 2009
terça-feira, 4 de agosto de 2009
Tem banana na tasca!
Embirrações XV
segunda-feira, 3 de agosto de 2009
Pedro Rolo Duarte
domingo, 2 de agosto de 2009
Que tal "chantilly de wasabi" para o jantar?
Há uns tempos, recebi um convite para comparecer na sede da Associação de Cozinheiros Profissionais de Portugal para assistir à apresentação do chefe Momo Abbane, do restaurante do belíssimo Choupana Hills. Canadiano de origem magrebina, com passagem anterior pelas Canárias, o chefe impressionou-me muito bem, com uma cozinha segura e saborosa, que me fez ter vontade de voltar à ilha, e foi um almoço muito simpático, ao balcão do auditório da ACPP, um local onde dá gosto ir, que mostra "em concreto" a evolução que os cozinheiros portugueses conheceram nos últimos anos, sendo sempre de referir o papel que fundamental que o presidente Fausto Airoldi e restante direcção tiveram para que tal acontecesse.
Mas voltando à cozinha de Momo Abbane, entre os pratos apresentados, destaque para umas vieiras "à la plancha" com um carpaccio de beterraba, mas sobretudo com um soberbo molho soyging, que fez com que estes mariscos, cada vez mais banais nas mesas portugueses, ganhassem vivacidade. E também para a boa confecção para o espada grelhado num óptimo ponto, com chutney de pimpinela e molho de maracujá. Mas o que me entusiasmou mais, de tal modo que repeti a receita em casa, foi um tártaro de atum com chantilly de wasabi, numa conjugação perfeita de texturas entre a maciez do peixe cru e a suavidade do creme, com o toque picante subtil a substituir a doçura do açúcar, mantendo sempre a lembrança da combinação clássica do original japonês.
De seguida, vai a receita do chefe Momo Abbane. Como não tinha em casa pó de laranja, nem alho e cebola em pó, nem erva caninha ou yuzu em pó, nem sequer óleo de sésamo, usei raspas de casca de laranja, alho picado e um pouco de cebolinho fresco e de sementes de sésamo. Mas creio que uma das qualidades desta receita é permitir variações, desde que se respeite a combinação base tártaro de atum-chantilly de wasabi. E ele acompanha ainda com uma complicada "salada oriental", cuja receita não vou descrever, mas é usar umas folhas e rebentos a gosto.
Então aqui vai:
Ingredientes:
Tártaro de atum
Atum fresco - 300 g
Pó de laranja - 10 g
Óleo de sésamo - 50 ml
Alho e cebola em pó - 20 g
Yuzu em pó - 2 g
Azeite - 100 ml
Funcho picado - 60 g
Sal e pimenta
Chantilly de wasabi
Natas - 100 ml
Wasabi - 15 g
Sumo de limão - 20 ml
Pimenta
Modo de preparação