A crise económica, como todas as crises, aguça a imaginação. Tanto que em Itália os bancos comerciais passaram a aceitar vinho como garantia bancária para assegurar crédito aos produtores em dificuldades. Alguém descobriu que uma lei medieval, e nunca revogada, admitia as rodas gigantes de queijo parmesão como garantia bancária para empréstimos. Vai daí, o senhor ministro da agricultura decidiu fazer uma adenda à lei, permitindo que o vinho seja igualmente considerado como forma de caução.
Olhe, faz favor, queria depositar duas garrafas de branco e uma de tinto…
quarta-feira, 9 de setembro de 2009
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4 comentários:
todos os fabricantes de queijo da zona de Parma entregam em depósitos dos bancos todo o queijo durante a cura. Tem muitos anos e foi a forma de evitar que os produtores vendessem o queijo antes de ele atingir o padrão de qualidade minímo. foi também a forma de baixar os preços, principalmente das curas de dois anos e mais.
Espanha tem o mesmo sistema para presuntos.
O extraordinário é a nova interpretação/adenda à lei que possibilita que o vinho seja colocado como garantia nos empréstimos bancários a um sector que vive algumas dificuldades financeiras. Eventualmente, o que será verdadeiramente extraordinário nesta história é o apoio entusiasta do ministro italiano da agricultura à ideia, um sentimento de apoio a que não estamos habituados.
De facto, nem consigo imaginar o contentamento do ministro português da agricultura à ideia da Casa do Douro dar como garantia algumas pipas...
Questão de cultura ou questão de miopia?
Maria Helena
Maria Helena, não conheço os detalhes da proposta italiana, mas admito que na sua génese estejam preocupações genuínas sobre a dificuldade no acesso ao crédito por parte de muitos produtores e que ela se restrinja a produtores e não a entidades equivalentes à Casa do Douro, se existir tal contrapartida em qualquer uma das centenas de denominações italianas.
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