Eu gostava de só comer comida local, mas, por exemplo, em Portugal, é mais barato comer laranja importada de Espanha do que a nossa laranjinha Algharvia, que mete a espanhola a um canto. Por outro lado, eu vi em Espanha produtos portugueses mais baratos do que em Portugal. Isso é como os agricultores da dita agricultura biológica querem convencer-me a comprar tomates ao dobro ou triplo do preço. Eu aqui na Holanda, compro local e fresco, vou directamente á quinta buscar ovos, abóboras, alfaces, leite, carne, galinhas, etc, mas é tudo muito mais barato do que no supermercado. Agora quererem puxar pelo brio nacionalista das pessoas indo-lhes ao bolso, desculpem lá, mas não contem comigo. Cumprimentos da terra das tulipas
Não se trata de nacionalismos porque aí seria estar a defender o bom e o mau só porque é do nosso país. Gosto de comprar os melhores produtos disponíveis dentro de uma certa razoabilidade de preço. Se tiver produtos nacionais melhores do que de outras proveniências, óptimo porque em termos de sustentabilidade é o que (para mim) faz sentido. Não me importo de pagar mais por banana da Madeira porque é muito melhor do que qualquer Chiquita da América latina. Sempre que possível prefiro os produtos de época e locais. São geralmente mais saborosos, mais baratos e aguentam mais tempo. Por isso é na sua época que consumo morangos, pêra rocha, maçã bravo de esmolfe, ou a batata doce de Aljezur, por exemplo. Não me faz sentido comprar maçãs do Chile ou da China, mas não sou nenhum purista: às vezes calha. Como calha comprar kiwis da Nova Zelândia (ou borrego), manga e papaia do Brasil, batata de França, espargos do Perú ou tomate (fora de época) de Espanha. Mas como principio o “Eat local” faz todo o sentido.
"Não se trata de nacionalismos porque aí seria estar a defender o bom e o mau só porque é do nosso país". Mas isso é o que a maioria das pessoas defende. E eu com isso não concordo. E eu tambem não me importo de pagar mais por um produto que realmente gosto. O problema é queeu posso, mas e a maioria das pessoas, será que pode??? O principio é bom, eu sou apologista, mas é um bocado irrealista. Até porque é impossível alimentar uma comunidade só com produção local, e não sou eu que o digo. Ainda há uns tempos vi um programa sobre isso, no Discovery Channel, em que uns tipos queriam fazer umas quintas dentros de uns prédios em NY. Cumprimentos da terra das tulipas.
Três autores há vários anos ligados à gastronomia e vinhos criaram este espaço para partilhar com todos os interessados os seus pontos de vista sobre o tema (ver “carta de intenções").
3 comentários:
Eu gostava de só comer comida local, mas, por exemplo, em Portugal, é mais barato comer laranja importada de Espanha do que a nossa laranjinha Algharvia, que mete a espanhola a um canto.
Por outro lado, eu vi em Espanha produtos portugueses mais baratos do que em Portugal.
Isso é como os agricultores da dita agricultura biológica querem convencer-me a comprar tomates ao dobro ou triplo do preço.
Eu aqui na Holanda, compro local e fresco, vou directamente á quinta buscar ovos, abóboras, alfaces, leite, carne, galinhas, etc, mas é tudo muito mais barato do que no supermercado.
Agora quererem puxar pelo brio nacionalista das pessoas indo-lhes ao bolso, desculpem lá, mas não contem comigo.
Cumprimentos da terra das tulipas
Não se trata de nacionalismos porque aí seria estar a defender o bom e o mau só porque é do nosso país. Gosto de comprar os melhores produtos disponíveis dentro de uma certa razoabilidade de preço. Se tiver produtos nacionais melhores do que de outras proveniências, óptimo porque em termos de sustentabilidade é o que (para mim) faz sentido. Não me importo de pagar mais por banana da Madeira porque é muito melhor do que qualquer Chiquita da América latina.
Sempre que possível prefiro os produtos de época e locais. São geralmente mais saborosos, mais baratos e aguentam mais tempo. Por isso é na sua época que consumo morangos, pêra rocha, maçã bravo de esmolfe, ou a batata doce de Aljezur, por exemplo. Não me faz sentido comprar maçãs do Chile ou da China, mas não sou nenhum purista: às vezes calha. Como calha comprar kiwis da Nova Zelândia (ou borrego), manga e papaia do Brasil, batata de França, espargos do Perú ou tomate (fora de época) de Espanha. Mas como principio o “Eat local” faz todo o sentido.
"Não se trata de nacionalismos porque aí seria estar a defender o bom e o mau só porque é do nosso país".
Mas isso é o que a maioria das pessoas defende. E eu com isso não concordo.
E eu tambem não me importo de pagar mais por um produto que realmente gosto.
O problema é queeu posso, mas e a maioria das pessoas, será que pode???
O principio é bom, eu sou apologista, mas é um bocado irrealista.
Até porque é impossível alimentar uma comunidade só com produção local, e não sou eu que o digo. Ainda há uns tempos vi um programa sobre isso, no Discovery Channel, em que uns tipos queriam fazer umas quintas dentros de uns prédios em NY.
Cumprimentos da terra das tulipas.
Enviar um comentário