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O Restaurante Romando, de Vila do Conde, foi o grande vencedor da edição de 2009 do Concurso Nacional de Cartas de Vinhos, uma iniciativa da Revista de Vinhos em parceria com a distribuidora PrimeDrinks, ao assegurar o primeiro lugar na categoria “A Melhor Carta de Vinhos”. O segundo lugar desta classificação para a melhor carta em termos absolutos foi alcançado pelo Buhle, do Porto, tendo o Restaurante Fortaleza do Guincho, de Cascais, conquistado a terceira posição.
Este concurso, recorde-se, visa escolher e premiar os restaurantes estabelecidos em Portugal que disponibilizam a melhor carta de vinhos aos seus clientes (classificação absoluta), distinguindo, também, algumas categorias específicas de cartas de vinhos, como a Melhor Carta de Vinhos Regional, a Melhor Carta Preço/Qualidade e a Melhor Carta Vinho a Copo, tendo os respectivos prémios sido entregues hoje, dia 16 de Novembro, numa cerimónia que decorreu no âmbito do Encontro com o Vinho/Encontro com os Sabores, um evento promovido pela Revista de Vinhos no Centro de Congressos da FIL, em Lisboa.
Ainda na categoria “A Melhor Carta de Vinhos, o júri decidiu atribuir dez menções honrosas aos seguintes restaurantes: Vila Joya (Albufeira); Nellitos (Almancil); Casa da Dízima (Paço d'Arcos); São Gabriel (Almancil); Amadeus (Almancil); Flor de Sal (Mirandela); Sem Dúvida (Lisboa); Cais da Estação (Sines); Casa Matos (Salreu) e Tasca do Joel (Peniche).
Na categoria de Melhor Carta de Vinhos Regional, que pretende distinguir um restaurante especializado em cozinha regional que tenha uma carta de referência no que se refere aos vinhos da região, o grande vencedor foi o Restaurante Castas e Pratos, da Régua (Douro), logo seguido do DOC, em Armamar (Douro), tem ficado na terceira posição, ex-equo, a Casa Arouquesa, em Viseu (Dão) e a Vintage House, no Pinhão (Vinho do Porto). Nesta categoria, as menções honrosas foram para A Escola, em Alcácer do Sal (Alentejo) e Castas do Convento, em Moção (Vinhos Verdes)
No que se refere à categoria Melhor Carta Preço/Qualidade, que pretende distinguir os restaurantes que tenham uma boa e diversificada carta e que apresente uma boa relação de preço face à qualidade dos vinhos disponíveis, a vitória foi para o Restaurante .Come, de Alcabideche, tendo a Casa Matos, de Salreu, alcançado a segunda posição.
Finalmente, na categoria Melhor Carta «vinho a copo», que distingue o restaurante com uma melhor e diversificada oferta de vinho a copo constante na sua carta de vinhos, a escolha do júri voltou a recair no .Come, de Alcabideche, seguido do Shis, no Porto, e da Tasca do Joel, em Peniche. As menções honrosas foram para a Casa Arouquesa, de Viseu, o restaurante Bocca, em Lisboa, e o A Ver Navios em Santa Catarina, em Lisboa.
Refira-se que a Revista de Vinhos e a PrimeDrinks realizam este concurso com o intuito de promover e aumentar a diversidade da oferta de vinhos de qualidade através da Restauração, incrementando a importância deste canal como mostruário da imensa diversidade dos vinhos portugueses, bem como o serviço e o consumo de vinho a copo de qualidade dentro da Restauração, como forma de adaptar o seu consumo às exigências de uma vida saudável e civicamente responsável.


O Augusto Gemelli comemorou ontem os dez anos do seu restaurante com uma animada festa e fez-me lembrar dos seus primeiros tempos como patrão-cozinheiro, uma figura então rara na restauração portuguesa. Em vez de se meter no conforto de algum hotel ou numa fórmula garantida de cozinha italiana de plástico, ele arriscou e conseguiu tornar o seu pequeno espaço num local de culto gastronómico, hoje, felizmente, um pouco maior. Por tudo isto, pelo exemplo que deu, pela coragem, merece os parabéns e os votos de que comemore muitas décadas entre nós, mesmo que neste momento também seja forçado a fazer uma cozinha abaixo das suas possibilidades, a preços mais adequados à realidade do nosso mercado.



A não perder o artigo de hoje no Fugas, do Público, assinado por David Lopes Ramos, sobre a Casa da Calçada, do chefe Ricardo Costa, em Amarante. Sendo escrito por quem é, que diz que saiu de lá em "estado de euforia", é uma satisfação enorme ver mais um jovem cozinheiro português (que terá 30 anos no máximo) com este nível, a merecer inteiramente a estrela Michelin que reconquistou para a casa no ano passado. Tenho que ir experimentar (só lá estive no tempo de José Cordeiro), mas se o David Lopes Ramos recomenda desta maneira, podem ter a certeza que é de visita obrigatória.
Nesta quarta-feira, ainda antes de começar a Restaurant Week, fui finalmente jantar à Casa da Comida, uma das minhas prioridades desde que soube que Bertílio Gomes era agora o responsável pela cozinha, como chefe consultor. Tenho uma grande admiração pelo trabalho que ele desenvolveu no Vírgula, pela maneira serena como encara a sua profissão, pela humildade inteligente de aprender com os outros. Recordo a propósito um extraordinário almoço que tivemos no ano passado, juntamente com os chefes portugueses que participavam no Lo Mejor de La Gastronomia, em San Sebastián, no Martín Berasategui, e do genuíno entusiasmo que Bertílio demonstrou, sem se sentir diminuído por mostrar admiração. Via-se que estava cada vez melhor, em pleno crescimento, e continuo a achar que, aos 32 anos (creio que é essa a sua idade), é um dos chefes com maior futuro. O fim do Vírgula fez-me temer que ele, que tem família e contas para pagar, se encaixasse nalgum hotel onde a ditadura do food cost e da necessidade de agradar a gente de todos os cantos do mundo, destruísse uma carreira que se antevê brilhante.


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