domingo, 4 de outubro de 2009

cozinha japonesa sem atum azul?


Foto: Ko Sasaki para The New York Times

Nos últimos anos tem se vindo a multiplicar a quantidade de restaurantes japoneses. Se há 10 anos, em Lisboa, se contavam pelos dedos de uma mão, hoje em dia devem existir à vontade, uns 40. Ao fenómeno não tem sido alheio a popularidade que o sushi, sashimi e afins têm vindo a ganhar junto dos portugueses. É claro que a popularidade fez baixar a qualidade média, sobretudo desde que muitos restaurantes chineses  se reconverteram ao fenómeno de forma a escaparem à crise e à má fama deixada por uma inspecção da asae.
Mas o propósito deste post não é falar das novas hordas de consumidores que emergem os rolos de peixe e arroz em molho de soja - para arrepio das regras mais elementares -, nem de como estes restaurantes se tornaram barulhentos com jantares de grupo que lembram os dos restaurantes chineses dos anos 80/90.
Snobeira à parte, o propósito deste post deve-se ao artigo publicado no New York Times (e que o jornal i, publicou na passada 6ªF) a propósito da pesca desmesurada que tem vindo a reduzir drasticamente uma das espécies mais apreciadas nesta cozinha, o Atum azul. Quando um exemplar deste peixe, que pode atingir 200kg, chega a ser comercializado por mais de 100 mil euros percebe-se que a corrida ao ouro teria que provocar estragos. Se na Europa já propostas para limitar a sua captura no Atlântico, no Japão, que consome 80% de todo o atum de qualidade pescado no mundo, as autoridades continuam a assobiar para o ar. A culpa deve-se aos grandes arrastões de pesca industrial, acusam os pescadores de Oma, cidade piscatória de onde é originário o mais famoso e caro atum azul do mundo (para mais ler o artigo do NYT, aqui).

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