quinta-feira, 1 de outubro de 2009

A saída de Giorgio Damasio do Lapa Palace


Foram 15 anos a cozinhar no Lapa Palace, que terminaram agora, mas o chefe genovês Giorgio Damasio, de 42 anos, garante-me que, felizmente, quer ficar em Portugal e está em "período de reflexão" até ver o que vai fazer. Devo-lhe refeições magníficas, sobretudo no tempo em que o hotel era dirigido por um profissional e gourmet extraordinário, o veneziano Sandro Fabris, que, juntamente com a sua mulher, Doris, responsável pelas relações públicas, fizeram do Lapa Palace um dos locais mais agradáveis de Lisboa. Este excelente casal está, já há algum tempo, a dirigir o histórico hotel Reid's, no Funchal, de onde me chegam relatos sempre a exaltar as suas qualidades e simpatia.
A saída de Damasio justifica-se facilmente com a mudança de proprietário do Lapa Palace, vendido pela Orient Express ao grupo português Olyssipo. Deixou de haver restaurante Cipriani e cozinha italiana. Parece que Hélder Santos, antigo "braço direito" de Damasio, ficou a tomar conta da cozinha, que parece que aposta nos sabores portugueses. Ficaram lá também outros membros da equipa, o que é bom sinal e motivo para ir experimentar. Giorgio Damasio pareceu-me feliz com o desenlace da situação, bem disposto e com vontade de começar uma nova fase da sua carreira.
Durante cerca de dez anos com Franco Luise, depois, com a saída deste, assumindo ele a chefia executiva da cozinha do hotel, Damasio foi fundamental para o trabalho que se desenvolveu no Lapa Palace. Um trabalho que incluiu também convites a nomes importantes da cozinha mundial para virem a Lisboa apresentar a sua cozinha, trabalhando com a equipa do hotel. Jacques Le Divellec, Dieter Koschina, Marc Meneau, Claude Troisgros, Sérgio Vieira foram alguns dos que me lembro assim de repente. Sandro Fabris explicou-me um dia as razões desta iniciativa: não só trazia prestígio para o hotel, como ajudava a dar formação à equipa. "Em vez de mandar os cozinheiros do hotel fazer formação durante umas duas ou três semanas em restaurantes no estrangeiros, são os chefes desses restaurantes que vêm até cá. Acho que até poupo dinheiro..." Ao ler estas palavras, percebe-se bem a diferença que faz trabalhar com bons profissionais. Tenho a certeza que Giorgio Damasio soube tirar partido deste convívio e, com o seu enorme talento, tem tudo para continuar a oferecer-nos a sua óptima cozinha.

5 comentários:

Paixão da Silva disse...

Realmente é uma pena, grande senhor o chefe Giorgio, ali se formartam muitos cozinheiros, bons empregados de mesa, sem duvida foi uma grande escola, consta que a intenção é transformar o lapa num hotel de 4 estrelas para a redução de custos. Algém sabe se é mesmo verdade?
A ser verdade a meu ver é um descaracterizar de um histórico da nossa cidade, uma pena.

Cumps,

Duarte Calvão disse...

Foi de facto uma escola, inclusive para amadores, já que quer o Franco Luise quer os chefes visitantes davam aulas, muitas delas bastante participadas, ao público. Sobre o futuro do hotel não estou informado, mas já nos últimos tempos, ainda com o Orient Express, houve um desinvestimento na cozinha, com a brigada a ser reduzida para metade. Mas não há nada como ir lá verificar.

Anónimo disse...

A verdade é só simplesmente uma o hotel foi vendido por 24 milhões de euros e agora alguem tem de o pagar a forma mais directa foi cortar nos custos esses logo implicam os grandes profissionais que casa tinham e que vinham dando provas no mercado nacional da sua sabedoria e competencia, os nossos grupos hoteleiros quando falam de qualidade de serviço prestados aos clientes deveriam ir tirar lições de como se faz hotelaria a sério pois não e cortando nos profissionais e pondo extras e mão de obra barata e por vezes sem qualificação que se vai prestar um serviço de cinco estrelas que era o caso pena dos que ainda lá ficaram que agora tem de fazer o que já não é um serviço digno do no Lapa Palace e não digam que é reetruturação, quem da as estrelas aos hoteis deveria investigar se realmente esse hotel tem os serviços meriçidos dessa estrelas, esperoque o nosso amigo Giorgio encontre um lugar digno de tamanha dedicação a gastronomia tal como aconteceu ao Bertilio, e Duarte Galvão continue a dar garfadas no que deve dar e era de ir lá ver se o que fazem hoje e digo de ser mencionado, até breve.

Anónimo disse...

O Lucca (ou Luca, já não sei) de Santa Marta tb fechou

Anónimo disse...

Estes senhores realmente não percebem nada de hotelaria só estam preocupados com a gestão o resto é migalhas gastronomia para eles é ir ao Macdonalds e comer uma hamburger, apredam a fazer gastronomia em vez de cortarem nos custos