quarta-feira, 17 de junho de 2009

Champanhe...


Se fosse crente fiel dos princípios da religião budista faria os possíveis por, numa próxima reencarnação, ressuscitar como viticultor na região de Champanhe. Para quem sempre se queixa que a agricultura e a viticultura são actividades económicas lastimáveis, com custos e riscos elevados, rendimentos miseráveis, a região de Champanhe encarrega-se de reajustar a realidade.
Afinal, com rendimentos mínimos de 10 toneladas por hectare (que, por regra, ultrapassam largamente estes valores por excesso, por vezes quase os duplicando) e com preços hereticamente elevados, é fácil perceber a rentabilidade da viticultura nestas terras tão inóspitas. Sobretudo quando descobrimos que os preços de uva no ano passado se cimentaram, estatisticamente, nos 5.35€ por quilo! Em Portugal, raros são os casos onde a uva é valorizada a mais de 0.50/0.60€ por quilo…
Com rendimentos por hectare tão elevados, é fácil perceber os segredos do conforto bancário de quem possui vinhas na região…

4 comentários:

maloud disse...

A acreditar neste artigo que li há dias no Figaro, este ano, as contas bancárias vão ressentir-se
http://www.lefigaro.fr/vins/2009/05/23/05008-20090523ARTFIG00222-les-vignerons-se-preparent-au-regime-sec-pour-les-prochaines-vendanges-.php

Rui Falcão disse...

Sim, é certo e seguro que a crise, precisamente por causa da crise, também chegou à região de Champanhe. É certo que os preços da uva terão de baixar, com propostas de 4.50€ em cima da mesa e sugestões de descidas de produção para os 7.500 quilos por hectare… valores que foram já rebatidos pelos “sindicatos” de viticultores.
Ainda assim, tomaram muitas regiões ter este tipo de crise, sobretudo numa denominação onde todas as grandes casas quase não dispõem de vinha própria… e quando a quebra de vendas dos champanhes de viticultores, ao contrário das vendas das grandes casas, tem sido pouco significativa.
E ainda bem que esta é uma agricultura de sucesso. Assim fosse em mais partes do mundo!

Miguel Pires disse...

recordo de ouvir alguém do meio dizer-me que em Champanhe aquilo de distingue um viticultor pobre de um viticultor rico é que o pobre é quem lava o o seu próprio Mercedes.

Tia Maria disse...

Não tendo nada a ver, é o mesmo modo como os engenheiros de informática são valorizados em Portugal e, por exemplo, na Holanda, onde vivo.
Ganhar 1000€ em Portugal é quase uma norma. Eu acabei agora de receber uma proposta de uma empresa da zona de Friesland, norte da Holanda, que me oferecem 8800€ mês mais as regalias em vigência na empresa, carro incluído.
Dá para comprar muita uva.